Desde 19/10, vem acontecendo a COP-10, em Nagoya, no Japão. É a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica. O tema mais debatido da reunião é o estabelecimento de regras para a exploração comercial de recursos genéticos. A confusão é grande.
O Brasil e outros países ricos em diversidade natural defendem que os ganhos econômicos sejam repartidos com o país de origem das espécies envolvidas. Por exemplo, parte do lucro resultante da comercialização de um remédio feito a partir de uma planta brasileira deve ficar com o Brasil. Os países mais industrializados são contra, claro. Eles têm os maiores e mais modernos laboratórios. Querem ficar com todo o lucro para suas empresas.
Mas entre os países pouco industrializados também não há consenso. Os representantes africanos, por exemplo, acham que o acordo deve ter efeito retroativo. Aí, é a delegação brasileira que se diz contrária. Afinal, nossa agricultura é quase toda baseada em espécies vindas de outros países e continentes. Entre eles, arroz, feijão, soja, cana, milho, carne. Seria preciso pagar por séculos de exploração de espécies como estas.
Na verdade, estão em discussão somente os interesses de uma minoria da espécie humana. Aquela que controla a exploração econômica dos recursos naturais mundiais.
De um lado, a enorme biodiversidade planetária. Para ter uma idéia, entre 1999 e 2009, foram registradas mais de 1.200 novas espécies somente na Amazônia. Um novo achado a cada três dias. Do outro lado, os interesses de algumas dezenas de poderosas empresas. Uma parte muito pequena de apenas uma das espécies do planeta.
É o retrato da mesquinharia capitalista.
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