Em 13/07, o
governo apresentou proposta. Os jornais anunciaram com estardalhaço. Da recusa
em negociar, surgiram mágicos 45% de correção salarial. Alguns detalhes
mereceram pouco destaque.
Feitas as
contas, descobre-se que aquele índice representa reajuste negativo ou nulo para
a grande maioria dos professores. Além disso, aos funcionários administrativos
nada foi oferecido.
É assim que a
grande imprensa vem tratando as greves há muito tempo. Para a alegria de
governos e patrões. Talvez, fosse bom rever os manuais de redação. Sugestão
para um verbete:
Greve:
movimento paredista de caráter trabalhista. Deve ser noticiada com moderação.
Os leitores devem ser poupados de detalhes como os motivos da paralisação e suas
reivindicações. Mas é importante ressaltar que os maiores prejudicados são os
usuários e/ou consumidores do setor afetado.
As
propostas feitas pelo empregador devem ser noticiadas o mais genericamente
possível. Índices de reajuste salarial devem ser apresentados em números
redondos. Sem detalhes quanto ao verdadeiro impacto de sua aplicação. Do
contrário, poderia ficar clara a eventual insignificância da proposta e a
notícia perderia relevância.
Nota:
os grevistas têm utilizado o expediente de bloquear ruas e avenidas para chamar
a atenção da população. É importante que nos limitemos a informar sobre as
regiões afetadas sem dar maiores detalhes quanto a reivindicações e causas do
movimento. A prioridade é mostrar os transtornos causados aos motoristas.
Correções como
esta tornaria os fatos mais fiéis à notícia, já que o contrário foi descartado.
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