Tosta admite
que houve vários momentos em que o voto foi restrito, elitista, excluiu pobres,
mulheres, analfabetos. Mas a regularidade do exercício do voto foi tão alta ou
maior aqui como em muitos outros lugares do planeta.
Vejam um trecho
da entrevista:
Na história, as eleições antecedem a
democracia. O caso clássico é o da Inglaterra, que, embora escolha os membros
da Casa dos Comuns pelo voto desde o século 18, só organizou um sistema
democrático moderno, com sufrágio feminino, no início do século XX. No Brasil
não foi diferente, as eleições também antecederam à democracia. O que tento
mostrar é a riqueza das instituições eleitorais no País antes de consolidarmos
um regime plenamente democrático, a partir de 1985. O que chama a atenção no
caso brasileiro é que as eleições conviveram com diversas formas de regime
político, inclusive o regime militar. Vale a pena lembrar que elas só foram
formalmente suspensas durante o Estado Novo, de 1937 a 1945.
Ou seja,
democracia e voto não coincidem, principalmente se a igualarmos a justiça social. O
fato é que nossas inúmeras eleições não impediram que o Brasil se tornasse um
dos países mais injustos do mundo. O direito ao voto é sagrado, mas está muito
longe de ser suficiente. Isolado, ele mais serve que ameaça os interesses dos poderosos.
- muito bom.
ResponderExcluirObrigado, Brenda.
ExcluirAbraço