A
Grécia continua sendo um país a ser olhado com atenção na atual crise econômica
mundial. Principalmente, pela capacidade de resistência de
seu povo.
Nos
últimos dois anos, já foram 20 greves gerais. Não apenas contra a miséria e
o desemprego. Também é uma forma de impedir as saídas conservadoras. Infelizmente, a maior parte da esquerda grega continua priorizando a saída institucional.
O
atual governo é socialista e tenta manter o país na zona do Euro, mesmo que isso
signifique ainda mais sacrifícios para os trabalhadores. O pior é que os socialistas
vêm cedendo ao discurso conservador de forma nojenta.
É o caso do ministro Michalis Chrisochoidis, que defende a construção
de um muro na fronteira com a Turquia para impedir a entrada ilegal de
imigrantes. Enquanto isso, o partido neonazista “Amanhecer Dourado” joga na ofensiva. Sua deputada Elena Zaroulia, por exemplo, vem chamando os imigrantes
de “sub-humanos” e “portadores de doenças”.
O próprio aparato estatal faz o jogo do inimigo. É o que declarou o
historiador Tassos Kostopoulos, na reportagem “Grupo de extrema direita ganha
espaço com problemas da Grécia”, publicada pelo New York Times, em 24/04. Segundo
ele, “historicamente, o Amanhecer Dourado tem relações com o Estado grego, em
especial com a polícia”.
É
por isso que Nicos Demertzis, cientista político da Universidade de Atenas,
declarou na mesma reportagem: "Neste momento, a sociedade grega é um
laboratório da evolução da extrema-direita".
Uma
vitória do fascismo na Grécia seria um péssimo sinal. Consequência trágica de
um erro já cometido antes na história: a confiança cega na democracia dos gabinetes
e palácios.
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