Na Revolução Francesa, os partidários
da volta da monarquia sentavam-se à direita na Assembleia Nacional. Já os que lutavam
por justiça social, ocupavam os assentos da esquerda.
Depois disso, esquerdistas passaram a
ser os que lutam por uma sociedade socialista. Entre eles, uns defendem
mudanças radicais, outros advogam um caminho feito de reformas graduais. Mas,
revolucionários ou reformistas, todos seriam de esquerda.
A partir dessa ideia, seria possível diferenciar aqueles
que são de esquerda daqueles que estão à esquerda? Por exemplo, ninguém duvida
que Obama está à esquerda de Trump. O mesmo valeria para o Papa Francisco e
João Paulo 2º ou para o Syriza e os socialdemocratas gregos.
Mas...
Obama passou dois mandatos liderando forças armadas que
massacram milhares de inocentes diariamente nas regiões mais pobres do mundo.
Bergoglio continua a chefiar uma das instituições mais conservadoras da
história humana.
O Syriza, uma vez eleito, aceitou uma trégua para seu governo
que foi uma derrota para os pobres e explorados que o elegeram. Nem falemos do
partido de Lula, cujo governo foi derrubado quando se empenhava em aprovar as medidas
de austeridade defendidas pela oposição.
Ou seja, parece que a esquerda institucional abandonou definitivamente
a luta por reformas populares. Optou por contrarreformas que lhe garantam uma “governabilidade”
que, de fato, é do capital. Exemplos claros são a legislação “antiterrorista” aprovada
pelo governo petista e as medidas neoliberais defendidas pelo Syriza.
Uma tentativa interessante de explicar essa situação foi
feita por Felipe
Demier com seu conceito
de “Democracia blindada”. Um regime político no interior do qual
ficar à esquerda é escolher qual setor da direita apoiar.
Leia também: A
esquerda que prepara sucessores de direita
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