Em 28/10, o professor da Escola de Sociologia e Política
de São Paulo, Aldo Fornazieri, publicou artigo no Jornal GGN sobre os
resultados das eleições municipais. Seguem dois trechos:
A maior ilusão do PT consiste em
alimentar a crença de que um possível fracasso do governo Temer poderá
significar a sua ressurreição em 2018. Muitos petistas não se deram conta do
que aconteceu com o partido: ele é odiado, rejeitado pelas pessoas em geral e
por parcela grande de trabalhadores e classes médias. A recuperação do PT
demandará anos.
(...)
A grande ilusão do PSOL é a de que ele
poderá ocupar o espaço e a importância que o PT teve. Ocorre que o processo de
ascensão do PT se deveu à combinação de uma série de singularidades, ocasiões,
circunstâncias, capacidades e lideranças, força política e social e
virtuosidades que dificilmente se repetirá na história. O lugar que cada ator
pretende ocupar no espaço político não depende apenas da vontade, mas da
ocorrência dessas singularidades.
A citação acima poderia lembrar à brava e dedicada
militância do PSOL a famosa frase do “18 Brumário”, de Karl Marx: “Os homens
fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade...”
Já o primeiro trecho, poderia levar os petistas ainda
combativos a recordar outra passagem daquela mesma obra de Marx, segundo a qual
a “tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos
vivos”.
De fato, tanto uns como outros precisam sepultar os muitos
cadáveres que deixaram acumular nas últimas décadas e pelos quais desenvolveram
uma doentia afeição.
Leia também: Dória venceu porque é um trabalhador
Nenhum comentário:
Postar um comentário