É comum lembrar que a guerra civil
russa opôs os exércitos vermelhos, revolucionários, aos brancos, contrarrevolucionários.
Mas havia também os exércitos
verdes, formados por camponeses movidos por uma dupla rejeição. Contra o
alistamento forçado e contra as requisições de suas colheitas para alimentar o
exército e as cidades. Segundo Jean-Jacques:
Alguns desses exércitos, ainda que
preocupados com sua autonomia, integraram por um período o Exército Vermelho
antes de romper e se opor a ele: foi o que aconteceu, em especial, com as
tropas dos ucranianos Makhno, Grigoriev, Zeliony e Grebionka. Desses Exércitos
Verdes, somente o de Makhno, que se dizia anarquista, permaneceu na memória.
O sumiço dessas forças da história
deve-se principalmente a Stálin, que depois de assumir o poder no Partido Bolchevique:
...apagou a existência dos Verdes em
um relato da guerra civil manipulado e maniqueísta, sem nuances. Além disso,
definiu Trotsky e a maioria dos comandantes do Exército Vermelho (...) como os
melhores aliados dos Brancos, ao passo que, na verdade, eles os haviam
combatido e vencido.
Uma vitória baseada no seguinte:
O destino da guerra civil será,
afinal, decidido pela política: os camponeses distinguiam os bolcheviques, que
lhes haviam dado terra, dos comunistas, que tomavam suas colheitas; eles se
insurgiam regularmente contra estes e suas requisições de víveres, mas, no fim
das contas, garantiram a derrota dos Brancos, vistos como a fachada dos
proprietários de terras e dos generais czaristas. Os Verdes, por outro lado, só
propunham revoltas locais e saques, até mesmo bebedeiras, sem nenhum projeto
político nacional...
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