Não nos enganemos, o governo Lula é uma ponte a ser queimada. E, se for necessário, ainda durante a travessia.
Bolsonaro não foi um raio num céu azul. A possibilidade de sua vitória foi um ponto cego até meses antes da eleição, mas apenas para as forças de esquerda e setores da direita tradicional. A maior parte da burguesia graúda começou a apostar suas fichas no capitão fascista logo que ele se tornou competitivo.
Era uma aposta que tinha seus riscos, mas o baronato capitalista nacional preferiu isso a aceitar o petismo liberal da candidatura Haddad por causa da sombra de Lula que pairava sobre ela.
É costume dizer que o fascismo é uma fera que a burguesia mantém na jaula até que seja preciso libertá-la. Mas, quando solto, todo animal desembestado pode causar tantos problemas que não há exorcismo que dê jeito. Foi o que aconteceu com a besta de plantão. Alguns de seus cuidadores, como a Globo e alguns outros monopólios de comunicação, chegaram a ter as mãos mordidas pela ingrata criatura.
Mas se Bolsonaro acabou se dando mal, o bolsonarismo continua vivo e operante. No Congresso, no governo de estados importantes como São Paulo, Rio e Minas, nos parlamentos pelo país afora e na própria base de apoio do governo petista.
A tarefa das classes dominantes agora é se livrar de Lula o quanto antes. Com menos de seis meses de governo, os editoriais dos grandes jornais não deixam dúvidas sobre isso. Incluindo aqueles cujas patas dianteiras ainda estão envolvidas em ataduras.
A besta recuou, mas não voltou pra jaula. Está disponível.
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O uso correto de metaforas torna teu texto, ja excelente, em uma preciosidade.
ResponderExcluirOpa, obrigado!
ExcluirBoa, isso mesmo. Também concordo com o elogio acima sobre as metáforas.
ResponderExcluirObrigado, também!
ExcluirEsta nova Pílula Diária é absolutamente necessária! A Besta ainda está por aí... possuindo outros corpos e tramando nas sombras. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirValeu, Francisco. Gostaria muito que estivéssemos errado, mas não creio
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