Há um movimento chamado "transumanismo", que defende o uso da tecnologia e da inteligência artificial para superar as limitações humanas.
Elon Musk, um de seus adeptos, pretende conectar o cérebro humano a computadores para libertá-lo do corpo e permitir uma vida digital para além da morte. Jeff Bezos, da Amazon, investe em uma startup destinada a impedir o envelhecimento humano.
Em recente artigo, Muniz Sodré discute o “infra-humano entre nós”. O sociólogo alerta que “a palavra a ser levada mais a sério nas análises recorrentes sobre os efeitos colaterais de redes e plataformas é desumanização”. Lembra que a ideia de humanidade surgiu para se adequar ao domínio europeu em escala planetária. Era fachada ideológica para a “legitimação da pilhagem dos mercados do Sudeste Asiático, dos metais preciosos nas Américas e da mão de obra na África”.
Ou seja, ser humano era um atributo que não se aplicava aos humanos não brancos cuja escravização foi necessária à acumulação capitalista. Como tal acumulação nunca cessou de existir, sua lógica se mantém firme e operante.
Assim, qualquer abordagem sobre tecnologias de aperfeiçoamento do ser humano nada mais é que “o brutalismo das tecnologias de ponta, cujo horizonte é o menos humano”, segundo as palavras de Sodré. É o que provam o apoio de Musk a Trump e a enorme exploração a que são submetidos dezenas de milhares de trabalhadores precarizados nos imensos galpões da Amazon.
Mas nada disso é novidade. O além do homem de Nietzche foi transformado pelos nazistas em justificativa para extermínio racista. Transumanismo é o infra-humano fascista atualizado por algoritmos a cada fração de segundo.
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Importantíssimo. Sergio. Bem lembrado. Vamos perder a guerra contra o capitalismo por milhares de anos se permitirmos o recrudescimentos dos escravos barbarizados e idiotizados no/do passado. No tempo de Lenin, boa parte do operariado conseguia acompanhar o raciocínio (nos discursos e nos textos, nada simples) dos lideres da revolução. Hoje, a grande maioria do operariado só consegue entender o discurso inofensivo de Lula, falando de picanha e cerveja. Estamos precarizados, todos...
ResponderExcluirInfelizmente, Jorge. Abraço
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