Combater as fake news apelando às verdades cínicas do capitalismo é trocar a farsa pelo logro. Mas se os que se aproveitam dessa falência cognitiva são os conservadores e suas tropas fascistas, é o próprio sistema que roda em falso desde que surgiu.
A burguesia nasceu bradando “liberdade, igualdade e fraternidade”. Nada mais que cantos traiçoeiros para atrair o apoio da plebe contra seus desafetos aristocratas. Uma vez no poder, os senhores endinheirados fraudaram suas promessas de emancipação generalizada.
Ao longo do tempo, essa comédia grosseira vem conseguindo envolver as forças da resistência popular. Principalmente, ao oferecer uma democracia meramente cenográfica. Diante disso, só o foco na luta de classes permite enxergar o real em meio às seduções do ilusionismo institucional.
Por outro lado, os explorados e oprimidos tampouco foram ungidos pela clarividência divina. Mas, mesmo involuntariamente, são arrastados para a luta imposta por um sistema que fabrica injustiça e frustrações em escala industrial. Nesses momentos, descobrem como combater, combatendo.
Se Marx dizia que o concreto é produto de múltiplos fatores, também chamou o proletariado mundial a se unir e lutar. E se as determinações do capital subjugam toda a humanidade, somente suas maiores vítimas podem fazer valer os elementos concretos da realidade capazes de impedir a completa instalação da barbárie.
O real não está em disputa nas redes, ainda que estas façam parte daquele. Não é embate de narrativas. É luta de classes e enfrentamento ideológico. Segundo, Rosa Luxemburgo o presente pode ficar grávido de futuro pela ação militante consciente e combativa. E é somente essa ação que pode deixar a realidade prenhe de verdade.
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Perfeito, é isso aí.
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