Em 6 de junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson declarou à Folha de S. Paulo que o PT pagava a parlamentares R$ 30 mil mensais para votar pela aprovação de projetos de interesse do governo petista na Câmara Federal.
O partido se defendeu dizendo que eram recursos financeiros oriundos de Caixa Dois, utilizados para acertar dívidas de campanhas eleitorais. A grande imprensa e o Judiciário encontraram no episódio a oportunidade de ouro para abreviar o primeiro mandato de Lula. Acabou não dando certo, mas o caso mostrou até que ponto o PT se deixou enredar nos esquemas corruptos presentes na administração pública nacional desde sempre.
Mas o pior é que não serviu de lição. O PT continuou se submetendo aos esquemas fisiológicos impostos pela política institucional. Esses métodos sempre contaram com a tolerância cúmplice e interesseira do judiciário e da grande imprensa. O problema é que o tratamento mudou radicalmente frente ao governo de um partido ligado aos movimentos sociais e por eles apoiado.
Assim, o que parecia superado pela reeleição de Lula em 2006, estava apenas incubado, esperando por novas oportunidades. E elas vieram com a confiança em nomeações pretensamente amigáveis no STF, a postura submissa frente às manipulações dos monopólios de comunicação e a escolha de um Michel Temer para vice de Dilma. Sem falar na inexplicável crença no compromisso das Forças Armadas com a democracia. Mas isso fica para depois.
Por ora, voltemos à inevitável e já repetitiva pergunta: diante de todo esse histórico, alguém ainda acha que o ovo da serpente fascista foi chocado em Junho de 2013?
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