Continuamos a destacar algumas informações retiradas do artigo “Lenin’s Pravda”, de Tony Cliff, sobre o Pravda, jornal do partido bolchevique.
Para escapar às perseguições da ditadura czarista, o jornal nomeava editores nominais que iam para a prisão no lugar dos editores efetivos. Eram aproximadamente quarenta militantes, muitos deles quase analfabetos. Nos primeiros anos de existência do Pravda, eles passaram muitos meses na prisão.
Metade dos exemplares era vendida nas ruas e metade nas fábricas. Nas grandes empresas de São Petersburgo, cada departamento tinha um responsável que distribuía o jornal, arrecadava recursos e mantinha contato com os editores. A distribuição do Pravda fora da cidade acontecia por meio de seis mil assinaturas postais, mas distribuí-las era complicado. Os exemplares eram enviados a cinco ou seis agências de correio diferentes, que eram trocadas diariamente para despistar a polícia. Além disso, pacotes do Pravda eram entregues às províncias por diversas rotas complexas. Membros do partido ou simpatizantes que trabalhavam nas ferrovias jogavam os fardos ao longo da rota para serem recolhidos por outros integrantes.
Eram cerca de 40 mil durante a semana e 60 mil aos sábados. Números impressionantes, especialmente porque o partido era ilegal. No entanto, Lênin escreveu um artigo em abril de 1914, dizendo:
Precisamos distribuir três, quatro, cinco vezes mais exemplares. Publicar um suplemento sindical e ter representantes de todos os sindicatos e grupos no conselho editorial. Lançar suplementos regionais (Moscou, Urais, Caucasianos, Bálticos, Ucranianos)...
Mas uma de suas maiores preocupações era garantir a participação regular dos trabalhadores no trabalho editorial.
Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário, dizia Lênin. Sem jornalismo revolucionário também não.
Leia também: Jornalismo revolucionário: os oito nomes do Pravda
Meio complicado do ponto de vista ético essa manobra que faziam de colocarem editores laranja como editores do jornal.
ResponderExcluirAcho que não, se não fosse uma imposição. E até acho muito difícil ser. Antes de tomar o poder, o partido não tinha uma máquina repressiva. Ao contrário, voltava todas as suas energias pra se defender da repressão czarista. Abraço
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