Fidel Castro teria negado o socialismo, dizem alguns jornais. Na verdade, ele se referiu ao atual modelo econômico de Cuba. Não ao que ele chama de socialismo.
Mas o fato é que a esquerda brasileira precisa discutir melhor a experiência cubana. Não apenas defendê-la e fazer lhe elogios irrestritos.
Talvez, pudéssemos comparar Cuba a um assentamento de trabalhadores rurais. Uma trincheira formada por homens e mulheres organizados solidariamente. Dispostos a lutar por seus direitos e pela liberdade. Tudo muito parecido com Cuba.
Um assentamento sofre ataques pesados e covardes do latifúndio e do Estado. O povo cubano é vítima do imperialismo. Numa ocupação, a ameaça dos inimigos obriga à adoção de forte disciplina e respeito às lideranças. É o que ocorre com o povo cubano, sua disciplina quase militar e obediência míope a Fidel Castro.
A direção do MST se declara socialista. Mas, os assentados lutam pelo direito de produzir e vender para o mercado. O governo cubano afirma que a ilha já vive no socialismo. Mas abriu-se para o turismo e luta para se integrar à economia mundial.
O capitalismo é um sistema global. Invade, corrói, massacra cada pedaço do planeta. Seus valores e lógica se impõem tanto num assentamento como em Cuba. Num caso e no outro, não se trata de socialismo. Nem de transição a ele. É resistência.
Por isso, não pode haver dúvidas. Todos os verdadeiros revolucionários devem defender Cuba, tanto quanto defendem o MST.
Mas é preciso superar os limites ideológicos que os inimigos impõem. O socialismo só pode ser construído de baixo pra cima. Fruto da luta internacional dos trabalhadores. Com formas coletivas e solidárias de produção. Sob o governo de organizações populares. Caminho seguro para uma comunidade mundial formada por pessoas livres das amarras econômicas, hierarquias e opressões.
Concordo com a postagem.
ResponderExcluirAliás com que alegria o "jornalão" se referiu a isso no dia de hoje... Como sempre distorcendo as notícias em favor do grande capital.
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