O estudioso alerta que apesar de o Nordeste "ter reduzido o abismo que o separava de outras regiões”, aumentaram as diferenças “dentro do próprio território”. A região continua concentrando
“mais da metade dos analfabetos e extremamente pobres do país”, diz ele.
O pior é que o
próprio crescimento dos últimos anos teria “fôlego curto”, afirma Wagner.
Trata-se de “uma economia sem produção”, voltada para o “consumo de bens não
duráveis”. Para “tornar o crescimento sustentável, é preciso atrair indústrias”,
diz o pesquisador. Principalmente, as que trabalham “com tecnologia de ponta”.
Interessante
que nem entrevistado, nem entrevistador citaram a Reforma Agrária. O Nordeste
tem uma das maiores concentrações fundiárias do País. Esta deve ser a maior
razão para que a desigualdade não diminua. E distribuir terras poderia abrir muito
mais oportunidades de renda e trabalho do que empresas que empregam muito
maquinário e poucas pessoas.
Claro que
alguns dirão que se trata de uma solução utópica. É o que se costuma afirmar
sobre bandeiras de luta que foram engavetadas pela esquerda que chegou ao
governo.
Enquanto isso,
o agronegócio vai conquistando vitória atrás de vitória no Congresso Nacional.
Aqueles que Lula chamou de heróis e Dilma saúda como setor produtivo seguem
implementando seu projeto.
Ao mesmo tempo,
a maior parte da direção do MST só lamenta. Culpa os movimentos populares por
não fazerem a pressão necessária sobre “seu governo”. Tudo muito lamentável,
mesmo!
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