Às voltas com
grandes dívidas, as cidades americanas estariam “sendo forçadas a fazer o que
fez Nova Iorque para evitar a bancarrota em 1974: entregar a gestão para quem
Wall Street bem entender”. E Wall Street só quer uma coisa: “vender o que resta
do setor público e transformar cada programa social numa mesa de negociações”.
Hudson diz que os
Estados Unidos estão passando por algo equivalente aos “cercamentos ingleses
dos séculos XVI e XVIII”. Trata-se do processo de privatização de terras que eram
cultivadas comunitariamente pelos camponeses há séculos. Um roubo que jogou milhões
na miséria e os obrigou a trabalhar para os capitalistas.
Ao entregar serviços
públicos ao mercado, as administrações americanas estariam fazendo o mesmo. O que
deveria servir ao bem comum se transforma em mercadoria. Que os pobres se virem
sozinhos como os camponeses, 300 anos atrás.
Segundo Hudson,
o objetivo “é salvar os detentores de títulos e as ambiciosas contrapartes dos
bancos, não os 99%”, referindo-se aos americanos que não têm outra propriedade que
sua própria força de trabalho.
Ao mesmo tempo,
artigo de Vinicius Torres Freire chamado “Cenas da miséria americana”,
publicado em 03/09 na Folha, diz que “de cada sete americanos, um tem ajuda
federal para comer”.
Ou seja, o capitalismo
nasceu do roubo, vive dele e o está levando ao nível máximo na mais poderosa economia do mundo. Resta saber até quando os saqueados aguentarão.
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muita escuridão à vista
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