O futebol já não é o esporte
das multidões há algum tempo. É o que mostram dados da CBF em relação à média
de público no Campeonato Brasileiro: em 2007, eram 17.461 pessoas por jogo. Em 2012,
não passou de 12.970. Mas a arrecadação pulou de cerca de R$ 80 milhões para R$
119 milhões, no mesmo período. Então, para alguns privilegiados a conta fecha, não
para o torcedor.
Apesar disso, acabam de ser
construídos estádios grandes e caros. Um exemplo é o Mané Garrincha, de
Brasília. Depois de gastar mais de R$ 1,4 bilhão de dinheiro público em
reformas, o estádio passou a ter capacidade para 71 mil torcedores. Mas, em
2013, o campeonato brasiliense teve média de 1.176 pagantes por partida.
Passada a Copa, a nova arena ficará às moscas.
O mesmo vale para quase todos
os outros estádios recém-construídos para o torneio mundial de futebol. Mas
mesmo que a modernização das arenas compensasse, a quem ela vai efetivamente
beneficiar? Não se trata apenas do valor alto dos ingressos. Praticamente,
apenas clubes de futebol das séries A e B jogarão neles. O que envolve apenas
40 times, ou menos de 6% do total.
Por outro lado, são quase 31 mil jogadores profissionais no País. Número significativo. Só que 82% deles recebiam
até dois salários mínimos em 2012, segundo dados da CBF. Já os que ganhavam acima
de 20 salários mínimos, não passavam de 2%.
O futebol é a cara do Brasil,
realmente. E a Copa do Mundo vem aí para não deixar dúvidas.
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