Paul Krugman tornou-se o fã
número um do livro “O capital no século 21”, de Thomas Piketty. Anda dizendo
que os conservadores estão apavorados com o sucesso da obra. Temem que ela seja
usada para justificar o aumento de impostos sobre os ricos.
O problema é que Krugman e
Piketty propõem que esta tributação seja feita pelo mesmo Estado que está aí,
em todo mundo, fazendo exatamente o contrário. Não apenas deixa os ricos em
paz, como os presenteia com doses cavalares de dinheiro barato ou gratuito.
E isso acontece mesmo em
países cujo governo é ocupado pela esquerda ou coisa parecida. Obama despejou U$
22 trilhões na economia americana. Foi quase tudo destinado novamente para a ciranda
financeira que quebrou a economia em 2008.
A taxação sobre grandes fortunas
está na Constituição brasileira. Nunca saiu do papel e o PT, há doze anos no
poder, quer que ela continue lá. Prefere utilizar o BNDES para conceder
empréstimos para sujeitos como Eike Baptista.
Na Europa, os socialistas e
trabalhistas que passaram por vários governos fazem e fizeram o mesmo. Nem um
governo considerado ultrarradical, como o de Hugo Chávez, propôs algo parecido.
Krugman é um keynesiano histórico.
Claro que tem muitas divergências com os neoliberais. Mas, como eles, também acredita
que o socialismo é uma utopia. No entanto, delírio mesmo é o que ele e Piketty estão
propondo.
Na verdade, as preocupações dos
conservadores estão em outros lugares. Nas contradições insolúveis que o capitalismo
continua a acumular e na crescente onda mundial de resistência popular contra as
injustiças que são a base de seu poder.
Leia também: Thomas Piketty e sua radiografia do óbvio
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