Vito Giannotti gostava de contar uma historinha engraçada para demonstrar a
importância da comunicação para a organização dos trabalhadores.
Nos anos 1980, na saída de uma reunião sindical, ele conversava com um operário iniciante na militância:
Nos anos 1980, na saída de uma reunião sindical, ele conversava com um operário iniciante na militância:
- Vito: E aí, rapaz, gostou da
reunião?
- Gostei, sim. Só não entendo porque a gente não junta forças pra atacar logo o inimigo principal?
- Vito: Qual inimigo, os patrões, a Fiesp, o governo?
- Não. Essa tal de conjuntura!
- Vito: Como assim? Não tô entendendo?
- Ué, na reunião, o pessoal ficava falando “a conjuntura não ajuda”, “a conjuntura tá contra nós”, “a conjuntura é desfavorável”. Então, a gente tem que acabar com essa conjuntura, logo. Fazer picadinho desse satanás!
- Gostei, sim. Só não entendo porque a gente não junta forças pra atacar logo o inimigo principal?
- Vito: Qual inimigo, os patrões, a Fiesp, o governo?
- Não. Essa tal de conjuntura!
- Vito: Como assim? Não tô entendendo?
- Ué, na reunião, o pessoal ficava falando “a conjuntura não ajuda”, “a conjuntura tá contra nós”, “a conjuntura é desfavorável”. Então, a gente tem que acabar com essa conjuntura, logo. Fazer picadinho desse satanás!
Sem isso, continuaremos a falar apenas por algumas dúzias de pessoas iniciadas. Afinal, para mudar, transformar, revolucionar a sociedade, é preciso falar para milhões de “pessoas normais”. Do contrário, não travamos a disputa de hegemonia para fazer a visão libertadora dos explorados prevalecer.
Esta era a grande luta de Vito Giannotti. Por isso, seus vários livros em linguagem simples, direta, cortante, sem perder a radicalidade. Daí, a publicação de “Manual de Linguagem Sindical”, “Dicionário de Politiquês”, “Muralhas da Linguagem”...
Desde aquela conversa, a obra de Vito vem nos ajudando muito a superar esse problema. Só o que não mudou tanto assim foi a conjuntura, que continua sendo uma coisa do satanás!
Leia também: Tchau não, Vito. Ciao!
Bravo! Essa questão era também central para o Valla... Belo texto, Sérgio, como sempre!
ResponderExcluirObrigado, Alexandre.
ResponderExcluirAbração!