Com 71% de rejeição, o governo Dilma ultrapassou Collor em seus piores momentos
e muita gente teme pelo futuro do governo petista. A começar pelo que se pode
deduzir do editorial do jornal O Globo publicado hoje.
Em “Manipulação do Congresso ultrapassa limites”, o jornalão conservador ataca
a irresponsabilidade de Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. Denuncia
seu oposicionismo oportunista, cujo único objetivo seria desviar a atenção das
fortes evidências de corrupção que o envolvem.
O mesmo editorial elogia Renan Calheiros, que estaria se distanciando de
Cunha. Também aprova o “acordo suprapartidário” sugerido pelo ministro-chefe da
Casa Civil, Aloizio Mercadante. Proposta que os tucanos deveriam apoiar,
demonstrando assim a necessária “maturidade”, diz o texto.
Enquanto isso, a Folha traz a matéria “Governo busca apoio de elite empresarial
para conter crise”. Para “driblar a crise”, diz o texto, o governo quer chamar
a “elite empresarial brasileira” para conversar.
Entre os convidados, representantes de gigantes como Bradesco, Gerdau e Carrefour,
considerados “relativamente próximos ao Executivo”. Causa estranheza apenas a afirmação
de que o governo “precisa não só recuperar interlocução com os movimentos
sociais, mas também refazer as pontes com o capital."
Não há qualquer “interlocução” séria possível com os movimentos sociais, já que
a prioridade do governo sempre foi preservar as tais “pontes com o capital”, como,
aliás, demonstram as fartas doações empresariais na última campanha presidencial.
O objetivo de toda essa movimentação? Aprovar o ajuste neoliberal de Joaquim
Levy.
Portanto, é muito duvidoso que alguém realmente poderoso queira ver Dilma fora
do governo. Já a esquerda que a defende, não poderia ter motivos mais tristes.
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redução salarial
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