Não fosse por ele, é muito provável que
houvesse um desfecho muito diferente para a crise russa de 1917. E não apenas por
sua genialidade política. Muitas vezes, sua determinação quase enlouqueceu os
companheiros de partido.
Mas um episódio do livro
“October, The Story of the Russian Revolution”, de China Miéville, mostra que faltou pouco para que Lênin passasse
à História somente como um grande mártir bolchevique.
Em julho de 1917, o governo provisório
iniciou uma grande onda de repressão aos bolcheviques. Vários de seus líderes
foram presos ou obrigados a fugir. Lênin estava entre estes últimos.
Ele estava escondido em uma cabana próximo
a Petrogrado, quando bateram à porta. Diante da insistência, achou melhor abrir.
Era um enorme cossaco, encharcado pela chuva e pesadamente armado.
Convidando-o a entrar, Lênin
perguntou o que o trouxera àquele lugar tão remoto. “Uma caçada”, disse o homenzarrão.
Ele estava atrás de alguém chamado Lênin, com ordens de capturá-lo vivo ou morto.
E o que havia feito esse homem,
perguntou o anfitrião cautelosamente. Tudo o que sabia, disse o cossaco, era
que o fugitivo estava de alguma forma "encrencado"; que era perigoso;
e que estava por perto.
Quando o dia amanheceu, o visitante
agradeceu a acolhida e partiu para continuar sua busca.
Depois desse incidente alarmante, Lênin
e o comando do partido concordaram que era melhor transferi-lo para a
Finlândia.
Poucos personagens podem servir como
exemplo da importância dos indivíduos na História como aquele cossaco hospedado
por Lênin.
Leia também: Agosto
de 1917: Lênin erra, os trabalhadores acertam
A história é repleta de acidentes, o inesperado e o imponderável também as fazem. Este é muito engraçado e, vamos ser sinceros, demonstra como o poder estabelecido também era muito ruim, pois mandar um cossaco a esmo procurar alguém é demais.
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