O livro “Homo Deus”, de Yuval
Harari, pode despertar desconfianças por ser um best-seller. E seu autor tem
sido acusado de fatalista, positivista etc. Mas sua leitura ajuda bastante como
introdução ao debate sobre as consequências do
desenvolvimento da inteligência artificial.
Seguem abaixo os trechos finais
da obra. Aos que não leram ainda pode até ser uma espécie de “spoiler”, mas de
forma alguma substitui o prazer da leitura:
Se
pensarmos em termos de décadas, avultam o aquecimento global, o crescimento da
desigualdade e a disrupção do mercado de trabalho. Mas, se adotarmos uma visão
realmente ampla da vida, todos os outros problemas e desenvolvimentos serão
ofuscados por três processos interconectados:
1. A
ciência está convergindo para um dogma que abrange tudo e que diz que
organismos são algoritmos, e a vida, processamento de dados.
2. A
inteligência está se desacoplando da consciência.
3.
Algoritmos não conscientes mas altamente inteligentes poderão, em breve, nos
conhecer melhor do que nós mesmos.
Esses três
processos suscitam três questões-chave, que espero que fiquem gravadas em sua
mente muito depois de você ter terminado a leitura deste livro:
1. Será
que os organismos são apenas algoritmos, e a vida apenas processamento de
dados?
2. O que é
mais valioso — a inteligência ou a consciência?
3. O que
vai acontecer à sociedade, aos políticos e à vida cotidiana quando algoritmos
não conscientes mas altamente inteligentes nos conhecerem melhor do que nós nos
conhecemos?
Como se vê, Harari sugere que nosso
maior desafio não diz respeito à inteligência artificial. Diz respeito à
inteligência. A nossa.
Leia também: Como é ser um morcego?
Gostei do seu artigo sobre inteligência artificial, muito bom mesmo!
ResponderExcluirSe me permitir eu gostaria de deixar esta sugestão sobre inteligência emocional: http://azuljob.com/inteligencia-emocional-conceito-da-psicologia/
Vou ler. Obrigado
ExcluirAbraço!