O centenário da Revolução de Outubro
na Rússia foi ignorado pelas autoridades locais. Um discurso feito por Vladimir
Putin ajuda a entender porquê.
Em 2012, Putin já estava no comando
da Rússia desde 1999. Em junho daquele ano, ele falou na Câmara Alta do
Parlamento Russo. Ao lembrar as vítimas russas da Primeira Guerra, o governante
culpou os bolcheviques pela “derrota” de seu país no conflito.
Segundo ele, o governo liderado por Lênin traiu
os interesses nacionais ao negociar um tratado de paz "vergonhoso" com a Alemanha. Só não disse que foi o tratado que acabou empurrando o conflito para seu final, poupando milhões de vidas.
Para Putin, somente Stálin merece respeito,
pois teria tornado a Rússia grande novamente, além de ser responsável pela
derrota do nazismo na Segunda Guerra. Daí uma das datas mais festejadas pela
cúpula russa ser 9 de maio. Neste dia, em 1945, as tropas soviéticas derrotaram
os nazistas na “Batalha de Stalingrado”.
Neste caso, Putin segue a historiografia stalinista e ignora que a heroica vitória das tropas soviéticas não aconteceu
graças a Stálin, mas apesar dele. Afinal, Stálin confiou no pacto que fez com Hitler até as vésperas da invasão do território russo pelo exército alemão.
Outra comemoração oficial importante
é 4 de novembro, Dia da Unidade Nacional. Nesta data, em 1612, tropas invasoras
polonesas foram expulsas de Moscou, apesar da ausência de um Czar para guiar a
resistência russa.
O povo russo bem que poderia se
inspirar nas duas datas favoritas das autoridades para se livrar de seu
atual czar, figura querida por forças de extrema-direita
no mundo todo.
Leia também: Dora Avante e a “vã guarda” fã de Putin
Bom, muito bom. Absurdo. Quando o mundo inteiro abomina o stalinismo a gente percebe que ele ainda existe, e dentro da própria Russia.
ResponderExcluirPois é!
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