Citações
costumam ser problemáticas. Os melhores teólogos cristãos, por exemplo, sabem que
citar passagens bíblicas como se portassem toda a verdade pode ser
perigosamente anticristão.
Isso
vale para os devotos dos escritos marxistas também. Feitas essas ressalvas, talvez
as palavras abaixo ofereçam algumas pistas para entender o que está acontecendo
na Venezuela e como nos posicionar diante da terrível crise por que passa a classe
trabalhadora daquele país:
Existe atualmente no Brasil um regime semifascista que
qualquer revolucionário só pode encarar com ódio. Suponhamos, entretanto que,
amanhã, a Inglaterra entre em conflito militar com o Brasil. Eu pergunto a você
de que lado do conflito estará a classe operária? Eu responderia: nesse caso eu
estaria do lado do Brasil "fascista" contra a Inglaterra
"democrática". Por quê? Porque o conflito entre os dois países não
será uma questão de democracia ou fascismo. Se a Inglaterra triunfasse ela
colocaria um outro fascista no Rio de Janeiro e fortaleceria o controle sobre o
Brasil. No caso contrário, se o Brasil triunfasse, isso daria um poderoso
impulso à consciência nacional e democrática do país e levaria à derrubada da
ditadura de Vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, representaria um
duro golpe para o imperialismo britânico e daria um grande impulso ao movimento
revolucionário do proletariado inglês. É preciso não ter nada na cabeça para
reduzir os antagonismos mundiais e os conflitos militares à luta entre o
fascismo e a democracia. É preciso saber distinguir os exploradores, os
escravagistas e os ladrões por trás de qualquer máscara que eles utilizem.
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