Doses maiores

24 de agosto de 2023

No pós-apocalipse, sob orientação indígena

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU, o número de indígenas no mundo é maior que o da população estadunidense, terceira maior do planeta.

São cerca de 370 a 500 milhões de indígenas, espalhados por 90 países. Eles vivem em todas as regiões geográficas e representam 5 mil culturas diferentes.

Quase 70 milhões de mulheres e homens indígenas dependem das florestas para sua subsistência, e muitos outros são agricultores, caçadores ou pastores.

As florestas onde vivem armazenam pelo menos um quarto de todo o carbono das florestas tropicais. Isso equivalia a quatro vezes o total de emissões globais de carbono em 2014.

Seus valores de respeito à natureza, solidariedade comunitária e práticas sustentáveis contrastam fortemente com os modos de vida da grande maioria da humanidade. Também se revelam muito mais adequados para fazer frente à crise não só ambiental, como social, cultural e até espiritual que castiga o mundo contemporâneo.

Diante dos desastres climáticos, envenenamento ambiental, esgotamento de recursos, injustiça social deveríamos olhar para eles como modelos. Ao invés disso, não paramos de desalojá-los, humilhá-los, matá-los.

Tornou-se costume dizer que é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo. Os indígenas não têm esse problema. O apocalipse para eles chegou há séculos. Agora, assistem o capitalismo arrastar grande parte da humanidade para o abismo.

Se não conseguirmos impedir o pior, alguns de nós sobreviverão entre os escombros de uma civilização suicida. E, quem sabe, as várias nações indígenas espalhadas pelo mundo nos ensinarão como superar o apocalipse com dignidade, sabedoria e esperança.

Leia também: Vidas indígenas também importam

2 comentários:

  1. Bela Pílula, adorei, contundente. Impressionante a quantidade, a gente imagina que quase já acabaram.

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