Governar sob a ditadura neoliberal resume-se a separar centavos para as áreas sociais e destinar caminhões de dinheiro para os juros da dívida pública.
Essa lógica, por si só, já impõe sacrifícios cruéis à enorme parte da população. Mas o modo como ela é aplicada é ainda pior. É o que mostra um estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, da USP.
O levantamento divulgado pelo Brasil de Fato, em 08/08/2024, mostra que aumentar o gasto público com investimentos sociais é mais eficiente na redução do endividamento do país do que cortar outras despesas.
Os subsídios concedidos pelo governo, por exemplo, direcionam volumosos recursos públicos para setores poderosos como montadoras de veículos, companhias aéreas, petroleiras e agronegócio.
Pois bem, o estudo constata que um corte de 1% do PIB dos recursos destinados a benefícios sociais diminui o endividamento público apenas 0,2%. Já se for feito sobre subsídios governamentais, o déficit cai 1,6%, oito vezes mais.
Isso para não falar que raramente subsídios públicos se transformam em mais postos de trabalho. Ao contrário, os próprios beneficiários admitem que os recursos são utilizados para manter a produção e o nível de emprego. O que também é duvidoso.
O economista Pedro Faria explicou ao Brasil de Fato que o “gasto do governo atende majoritariamente pessoas mais pobres, via programas sociais, saúde, educação. Com todo aumento de renda dessas pessoas, elas consomem e o efeito multiplicador é grande".
Ninguém nem está falando em auditoria da dívida pública. Seria apenas um arranjo menos injusto dentro da austeridade fiscal. Mas nem isso é possível sob a ditadura neoliberal.
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