Michelle
Amaral publicou matéria no “Brasil de Fato” que aborda a política educacional governo
federal. Intitulada “Educação avança de forma tímida“ e publicada em 14/01, a
reportagem ouviu lideranças populares do setor.
Clara
Saraiva, da Comissão Executiva da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre, é
uma delas. Ela traz dados do Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece
vagas nas universidades particulares. Em muitos casos, são vagas ociosas
concedidas em troca de isenção fiscal.
Clara
diz que desde sua criação, em 2005, o programa já disponibilizou mais de 1
milhão de bolsas de estudo, mas renunciou a cerca de R$ 3 bilhões em tributos. É
possível que muitos estudantes pobres tenham se beneficiado. Mas é inegável que
os grandes premiados foram os poderosos empresários da educação.
Na
área da habitação, a pesquisadora da Unicamp, Francini Hirata, concedeu entrevista
à IHU-Online, publicada com o título “Minha Casa, Minha Vida: urbanização sem
cidade”. Ela admite que o programa pode ter entregue quase um milhão de
moradias. Mas denuncia o favorecimento das faixas de renda mais altas.
Os
dados são da própria Caixa Federal. A segunda fase do programa começou em
outubro de 2011. Apenas 1,9% de unidades contratadas foram entregues para quem
ganha até R$ 1,6 mil contra 50% na faixa entre R$ 1,6 mil e R$ 5 mil mensais. Ou
seja, as empreiteiras determinaram as prioridades.
Tanto
na moradia, como na educação, a população pobre pode ter ficado com a cereja. Mas
quem devorou o bolo foram os agentes do mercado.
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