As manifestações chegaram ao futebol.
Em todas as partidas de 14/11 do Campeonato Brasileiro, os jogadores
organizaram manifestações contra a CBF. Basicamente, eles querem um calendário
mais democrático. O zagueiro do Corinthians, Paulo André, é uma das lideranças do
movimento. Em entrevista ao canal ESPN Brasil, ele esclareceu:
Nós
queremos um aumento do número de jogos para os times pequenos. Eles jogam três,
quatro meses. Nós estamos falando de 500 clubes profissionais e mais de 15 mil atletas,
que têm uma vida quase de boia fria. E são estes caras que a gente tá
defendendo. Não só a elite. Não só os caras que ganham bem.
Se suas reivindicações não forem
atendidas, os jogadores podem iniciar uma greve que atrasaria o início do
campeonato de 2014.
Os principais alvos do movimento
são a CBF e as emissoras de TV. Principalmente, a Globo, que manda no
calendário dos jogos. Mas há outros monopólios empresariais movimentando
milhões em torno do futebol. Entre estes, os próprios clubes grandes. As enormes
somas em dinheiro são destinadas somente a uma pequena minoria de empresas,
clubes e jogadores.
Os atletas batizaram seu movimento
de “Bom Senso F.C”. Para Gramsci, o senso comum é uma maçaroca de noções
confusas e contraditórias usada para justificar a dominação de classe. O “bom
senso” resultaria da revelação das racionalidades opressoras por trás dessa confusão.
Mas deve ser apenas o ponto de partida para a formação de um novo senso comum, baseado
em valores libertários e igualitários. Algo muito próximo do que se costuma chamar
de “espírito esportivo”.
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