Um dos quadros mais famosos
da luta dos trabalhadores é o “Quarto Estado”, do italiano Giuseppe Pellizza da
Volpedo. Pintada em 1898, a obra mostra operários protestando durante uma greve.
O nome da pintura faz
referência aos três estados da Revolução Francesa. Nesta época, a sociedade francesa
era dividida em três estados: o clero, a nobreza e o povo. Este último era formado
tanto por patrões como por trabalhadores. Foi sua união no combate aos outros
dois estados que tornou possível a Revolução Francesa.
Mas com o desenvolvimento do capitalismo,
aumentaram as contradições entre os membros do terceiro estado. Além de serem
explorados por seus patrões, os operários também serviam de bucha de canhão nos
conflitos entre eles e a nobreza. Por isso, passaram a lutar por seus próprios
direitos, contra uns e outros. Surgia o “quarto estado”. Ou seja, o proletariado.
A obra de Pelizza recebeu várias
versões e adaptações. Mas há uma que chama a atenção. Trata-se de uma foto de Settimio
Benedusi. A imagem imita o “Quarto Estado”, mas mostra cortadores de cana
negros no lugar dos operários europeus.
A foto nos lembra que a população
negra forma um enorme contingente do proletariado mundial. Uma parcela que sofre
a dominação capitalista em dobro. Pela exploração econômica e pela opressão racista.
Algo que setores da própria classe trabalhadora costumam desprezar.
O fato é que a burguesia conseguiu
transformar os trabalhadores negros em uma espécie de “quinto estado”. Na
verdade, eles são parte importante e poderosa do proletariado mundial. Sem a força de
suas lutas, o "quarto estado" jamais chegará ao socialismo e à liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário