Em seu artigo “Política como
Vocação”, Max Weber definiu o Estado como “uma relação de homens que dominam
seus iguais, mantida pela violência (considerada) legítima”. É o que ficou
conhecido como monopólio estatal da violência. No Brasil, os aparelhos estatais
de repressão vão muito além disso.
É o que mostra, por exemplo,
uma declaração de um ex-integrante da PM paulista. O tenente-coronel Adilson
Paes de Souza passou 28 anos na corporação. Também é autor do livro "O
Guardião da Cidade - Reflexões sobre Casos de Violência Praticados por
Policiais Militares".
Em 04/11, Paes disse à Folha que
“a PM de São Paulo matou em cinco anos mais do que todas as forças policiais de
segurança norte-americanas”. Afirmou, ainda, que ouviu policias militares
dizendo “que se fossem impedidos de matar, ficariam sem condições de trabalho”.
Portanto, não surpreende que
estejamos em 7º lugar entre os países mais violentos. É o que mostra o Anuário
Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado recentemente.
São mais de 50 mil homicídios por ano. Duas vezes mais do que a média anual
verificada na guerra entre Rússia e Chechênia, por exemplo.
Isso explica por que a
população se mostra cada vez mais apavorada com a polícia. O Anuário diz que 70%
da população não confiam na polícia. A corporação só perde para os políticos,
com 95% de desconfiança.
Claro que os conservadores
continuarão defendendo mais policiamento, repressão e prisões. Mas essa lógica
vai entregando ao Estado brasileiro não só o monopólio da violência, mas o das
práticas criminosas também. Sempre tendo como vítimas preferenciais a população
pobre e negra.
Leia também: O
país do “estupra, mas não mata”
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