Doses maiores

2 de julho de 2022

Mais turbulências lá fora, mais fumaça por aqui

Dois elementos importantes se destacaram no cenário internacional, recentemente. O primeiro aparece em artigo publicado por José Eustáquio Diniz Alves.

Em seu texto, o demógrafo e pesquisador ambiental chama a atenção para o encontro ocorrido em junho passado, em Pequim, do chamado BRICS, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para começar, o autor lembra que os BRICS surgiram no começo do século em desafio à hegemonia do G7, grupo formado pelos maiores países capitalistas: EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

No período recente, os BRICS perderam espaço no noticiário internacional, mas Alves lembra que, em termos econômicos, o grupo ultrapassou o G7 em 2020. Dados do FMI, diz ele, mostram que em 1980, o G7 representava cerca de 50% do PIB global e o BRICS, cerca de 10%. Mas, atualmente, cada um dos dois grupos é responsável por 30% da produção mundial.

No encontro de Pequim, a China deu o tom, com o presidente Xi Jinping, criticando os Estados Unidos e afirmando que “a hegemonia Ocidental tem provocado inúmeras tragédias, conflitos e guerras”. Segundo Alves, a China “pretende liderar um BRICS renovado e ampliado”.

Outro novo elemento importante no panorama global é o fortalecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em meio à crise militar na Ucrânia, a Otan anunciou o aumento de suas forças de reação rápida de 40 mil para 300 mil homens na Europa.

A ambição chinesa e a disposição bélica ocidental podem causar mais turbulências no já agitado panorama global e atiçar o incêndio em nosso circo local.

Leia também: EUA e Ucrânia: uma cajadada, muitos coelhos

4 comentários:

  1. Confesso que não entendi no texto, a questão da China liderar um " BRICS renovado e ampliado”. ...
    Já, que a China nem encara a Rússia como uma aliada, mas como uma parceira....Sendo a Rússia vizinha da China...que dirá os outros países.... Fica, então
    a pergunta: Que tipo de ampliação e renovação se refere o texto ?

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  2. Bem, a afirmação está no artigo e imagino que queira dizer que a China pretende ampliar o bloco para incluir outros países "em desenvolvimento" ou com interesses semelhantes. Quanto à China ser parceira ou aliada da Rússia, pode ser uma questão de escolha de palavras. A vizinhança também não me parece um critério a unir o bloco. Pelo contrário, alguns dos membros são bem distantes geograficamente.

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  3. Não que seja bom, mérito ou qualquer outra qualidade, mas estamos do lado da maior potência econômica e da segunda militar. E acho importante assinalar que está se armando uma grande reviravolta no cenário mundial com o BRICS vindo a se ampliar. Capítulos tensos, não esperançosos, e bem preocupantes.

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    1. Sim, independente de acharmos bom ou ruim, trata-se de fatos objetivos. E muito preocupantes também.

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