Abelardo Bayma era presidente do Ibama desde abril de 2010. Acaba de pedir demissão por razões pessoais. A grande imprensa diz que o verdadeiro motivo envolveria a concessão de licença ambiental definitiva para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Bayma teria saído para não conceder a licença.
Bayma não é nenhum herói ambientalista. Ele concedeu licença ambiental para a construção da hidrelétrica de Teles Pires, no Mato Grosso, por exemplo. Trata-se de outra obra prejudicial ao meio ambiente e às populações locais. Bayma sempre foi um defensor do desenvolvimentismo destruidor do governo Lula.
Segundo nota do “Movimento Xingu Vivo Para Sempre”, a atitude do ex-presidente do Ibama é uma demonstração do tamanho das irregularidades envolvendo a construção de Belo Monte. Bayma estaria com receio de responder por tais irregularidades na Justiça.
Mas não se trata apenas de ilegalidades. Independente delas, tudo indica que Belo Monte somente serviria a interesses privados. A usina foi projetada para gerar 11 Megawatts de energia. Seria a terceira do mundo em potência, atrás de suas similares na China e em Itaipu. Mas, para fazer chegar essa energia ao restante do País é preciso construir linhas de transmissão a custos altíssimos. E o processo de licitação para essa parte da obra nem começou.
Ao mesmo tempo, empresas como Alcoa e Vale têm unidades no Pará. São produtoras de alumínio que devoram muita energia e água e emporcalham o meio-ambiente. São interessadas diretas na energia produzida por Belo Monte, juntamente com outras empresas do setor como Votorantim, Gerdau e CSN. É o Belo Monstro a serviço dos gigantes do Capital.
Leia a nota do Movimento Xingu Vivo Para Sempre
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