Em 26/02/2023, o Globo publicou matéria sobre a disputa entre apoiadores de Lula e de Bolsonaro em torno da expressão “faz o L”. Os primeiros usando o slogan para comemorar medidas tomadas pelo novo governo. Os segundos, para criticá-las.
O jornal encomendou um levantamento sobre a utilização do “faz o L” no Twitter, desde o começo do governo Lula até 23 de fevereiro. Os dados apontaram que a oposição bolsonarista é a que mais adotou a expressão, com 52,5% de um total de 538 mil usuários.
Essa situação volta a demonstrar que os fascistas continuam a ganhar a guerra nas redes, mesmo fora do governo federal. Mas não se trata de apenas um dos aspectos da luta contra a extrema-direita. É uma questão fundamental.
Bolsonaro foi eleito sem uma estrutura partidária forte. Governou quatro anos sem formar um partido próprio. Mesmo assim, quase foi reeleito.
O fato é que a nova extrema-direita vem utilizando outra forma de organização. A organização em rede pela internete. Fragmentada na estrutura, mas com forte capacidade de arregimentar multidões quando necessário. Movida não por debates democráticos e formação política, mas por informações distorcidas, mentirosas, passionais, alarmantes.
Sob o pretexto de adotar formas de participação ágeis e acessíveis, a organização pelas redes virtuais permite o controle de milhões em tempo real, com efeitos de manada.
É o partido digital em ação. Forma organizativa correspondente ao atual estágio do capitalismo, dominado pelos mega-monopólios das big-techs. Fenômeno presente no crescimento da extrema-direita em muitos lugares do mundo.
Precisamos debater essa questão e pensar em formas eficazes de reagir e avançar. Urgentemente!
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Lembro de um ex-amigo que ficava encantado com a vinda da internet e sua democratização da informação, saindo do controle da grande imprensa. Ledo engano.
ResponderExcluirIvo engano!
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