Doses maiores

13 de maio de 2024

Dobrando a aposta neoliberal no fascismo

“Ricos devem ganhar mais com Lula 3, que não repetirá expansão da classe C”, diz matéria da Folha, de 14/04/2024.

“O Brasil não repetirá nos próximos anos a forte migração de membros da classe D/E para a C dos dois primeiros mandatos de Lula”, afirma o texto.

“Desta vez, será a classe A e em menor grau a B as maiores ganhadoras” devido aos juros elevados, baixo dinamismo da economia e espaço limitado no orçamento público para aumentar transferências de renda aos mais pobres.

Por “espaço limitado no orçamento público” entenda-se a “austeridade fiscal”, cujo verdadeiro objetivo nada tem a ver com o alardeado saneamento das contas públicas. Trata-se do pagamento da imoral e fraudulenta “dívida pública”, que redireciona imensos recursos públicos a uma minoria minúscula formada por grandes capitalistas daqui e do exterior.

Como diz a reportagem, na repartição do bolo das rendas públicas são “justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado, que farão a diferença”. Dinheiro aplicado onde? Nos títulos da dívida pública.

O próprio texto revela toda a perversidade social por trás desse mecanismo: “em 2023 as despesas com juros da dívida pública somaram R$ 718,3 bilhões. Como comparação, o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios." Sem falar dos recursos negados a serviços públicos e programas sociais tão importantes como o SUS, educação, Reforma Agrária, políticas ambientais, defesa civil, habitação popular, transporte público.

Essas mesmas políticas neoliberais foram fundamentais para chocar os ovos de serpente bolsonarista. Dobram-se as apostas na calamidade social de que o fascismo se alimenta.

Leia também: Combatendo o bolsonarismo sem moderação

2 comentários:

  1. Eu sempre acho escandaloso o grafico pizza da https://auditoriacidada.org.br/ - embora haja uma divergencia tecnica que nao vem ao caso, é tao bizarro um pais ficar refem dos rentistas - (veja o caso dos EUA, não possui autonomia em nada, e nem soberania...)

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  2. Escandaloso, mas é considerado um tabu qualquer questionamento, inclusive por nossa esquerda governista

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