“Com experiência da pandemia, empresas agem rápido”, diz reportagem publicada no Globo, em 08/05/2024. Vejamos um trecho:
O desastre que atinge o Rio Grande do Sul gerou uma rápida resposta das empresas. Ancoradas na experiência que enfrentaram na pandemia de Covid-19, as empresas se mobilizaram para fazer chegar aos gaúchos doações de recursos, alimentos, kits de higiene, entre outros itens.
O Movimento União BR, organização especializada em criar hubs de emergência, já arrecadou mais de R$ 8 milhões de empresas e pessoas físicas, com mais de 200 mil itens entregues, entre refeições desidratadas (de fácil armazenamento), kits de higiene pessoal e filtros purificadores de água. Tudo em prol das vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.
A matéria cita parcerias de empresas com ONGs como a Central Única de Favelas e o Instituto da Criança. Petrobrás, Itaú, Ambev, Bradesco, Santander, Latam são algumas das corporações envolvidas.
Não há como acreditar na boa fé desses poderosos CNPJs do PIB nacional. E não se trata apenas de hipocrisia.
Tal como na pandemia, essas iniciativas certamente servirão para aperfeiçoar a logística de muitos desses gigantes capitalistas. A legítima e heroica ajuda da população, muito provavelmente, será usada para incrementar a agilidade e precisão das técnicas de embalagem, transporte e entregas. A solidariedade popular canalizada para o aperfeiçoamento do ciclo de valorização das mercadorias.
A implantação desses novos métodos e tecnologias, geralmente, pressupõe mais precarização da força de trabalho justificada pela emergência da situação, mas tornada definitiva, posteriormente.
O capitalismo ajuda a causar tragédias com as quais embolsa lucros graúdos. De quebra, veste a máscara hipócrita da responsabilidade social.
Leia também:
A “virtude cidadã” que destroça direitos
Faça a sua parte (trouxa!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário