No ano em que se completam 100 anos da morte de Lênin, voltamos ao livro “Lenin: Responding to Catastrophe, Forging Revolution“, de Paul Le Blanc. Agora, para lembrar como deveria ser comportar um verdadeiro militante socialista, segundo o que pensava o grande revolucionário russo.
Na Rússia do começo do século passado, havia uma tendência muito comum entre os marxistas, chamada “economicismo”. Seus adeptos sustentavam que os socialistas deveriam evitar questões não econômicas que pudessem ser de pouco interesse para o trabalhador médio, priorizando atividades práticas como a ação sindical.
Lênin, pelo contrário, entendia que o militante socialista tinha que ser, antes de tudo, um “tribuno do povo”. Em seu famoso livro “O que fazer?”, publicado em 1902, ele afirma que o militante socialista teria que ser alguém “capaz de reagir a qualquer manifestação de tirania e opressão, não importa onde apareça, nem qual seja a classe das pessoas atingidas por ela”. Uma de suas principais tarefas era denunciar e combater práticas como a violência policial contra trabalhadores, o castigo físico de camponeses, a repressão à luta popular por educação e saúde, a perseguição religiosa e a brutalidade contra estudantes e intelectuais.
Um tribuno revolucionário popular, dizia ele, seria aquele:
...que é capaz de aproveitar cada acontecimento, por menor que seja, para expor suas convicções socialistas e suas reivindicações democráticas, a fim de esclarecer a todos e cada um o significado histórico da luta mundial pela emancipação do proletariado.
Mais de um século depois, a defesa dessa concepção permanece fundamental, diante do individualismo militante e da fragmentação e compartimentação das lutas populares.
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Nossa, como o Lenin era muito visionário em relação ao seu tempo e uma unanimidade na esquerda, coisa difícil de ser. Queria muito que ele vivesse mais tempo para poder saber o que mais ele poderia contribuir para revolução, e como seria esta nas mãos dele e não na de seu sucessor, que ele também não queria que fosse.
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