Em uma das tirinhas, por exemplo, Mafalda se depara com uma criança e diz: ‘Oi! Como você é pequeninha! Qual é seu nome?”. “Liberdade”, ela responde.
Um assunto que também era importante aparece na tira publicada acima. Infelizmente, as guerras continuam e vêm se tornando ainda mais destrutivas.
Mas o desenhista também abordava questões como o meio ambiente, o machismo e o consumismo. Temas que ganhariam maior destaque muito tempo depois.
É o caso da ecologia. No início dos anos 1970, era uma preocupação restrita a pequenas comunidades acadêmicas e alternativas. Em uma de suas ilustrações, Quino mostra um globo terrestre rodeado de remédios. Mafalda, ajoelhada ao lado dele, usa um termômetro para medir sua temperatura. Os sintomas do aquecimento global já apareciam nos desenhos do artista argentino, muitos anos antes de se tornarem preocupação generalizada.
A denúncia do machismo aparece em cenas que trazem a mãe de Mafalda escravizada aos afazeres do lar, enquanto pensa com tristeza na carreira profissional que deixou para trás.
Em outro momento, Mafalda assiste à TV, que dispara apelos consumistas como “Use”, “compre”, “beba”, “coma”, “experimente”! “Eeeei! reage a menina, o que eles pensam que nós somos?”. Assustada, ela mesma responde: “Eles sabem quem nós somos!”. Muitas décadas atrás, Quino parecia adivinhar o poder dos algoritmos.
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Pois é, grandes artistas se antecipam ao seu tempo. Vi todas as tiras que descreve, creio que relemos elas mais recentemente. Viva o Quino... e lógico, a Mafalda. E a Liberdade e todos os seus outros amigos e amigas.
ResponderExcluirViva!!
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