A Copa do Mundo vem aí. Mas o
que muita gente quer saber mesmo é como serão as manifestações populares contra
a realização do torneio. Serão capazes de repetir ou superar o tamanho que
assumiram em 2013?
Ninguém sabe, mas o aparelho
repressivo do Estado já está dando sua resposta. Alckmin criou um batalhão da
PM com função antiterrorista. Cabral, um Batalhão de Grandes Eventos. O governo
federal, a Força Nacional de Segurança Pública.
Em texto recente, Lincoln Secco utiliza o
conceito de “democracia racionada", criada por Carlos Marighella, que
descreveria:
... os regimes brasileiros
que não são exatamente uma ditadura aberta, mas que também não se tornam
democráticos. Assim, podemos definir a democracia racionada como uma forma
semi-legal em que a violência contra os pobres e os opositores se combina com ações
autoritárias dentro da legalidade e os escassos direitos são distribuídos a
conta gotas para os setores mais moderados da oposição.
Um exemplo seria o período
entre 1946 e 1964. Apesar de haver eleições, partidos e justiça funcionando, a
repressão nunca cessou. Só o governo Dutra matou quase uma centena de
comunistas.
Referindo-se aos desafios do
atual período, Lincoln afirma: “Ou
consolidamos um regime democrático ou recuamos para formas semi-ditatoriais,
como no período 1946-1964”.
A má notícia é que a maior
força política de esquerda surgida nas últimas décadas já se rendeu à
“democracia racionada”. O PT tem muitas diferenças em relação a setores de
direita. Daí, a grande rivalidade eleitoral. Mas em relação às manifestações,
uns e outros preparam idênticas e abundantes medidas de repressão.
Leia também: Metrópoles, as máquinas capitalistas de caos
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