Recente pesquisa da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo,
apresentou conclusões preocupantes.
A primeira delas era previsível. A confiança dos brasileiros na polícia é menor
entre negros, pardos e indígenas. Ela chega a 30%, contra 37% dos brancos. A
diferença só poderia surpreender por não ser maior.
Em comparação com 2014, a confiança no Judiciário caiu de 30% para 25%, no
governo federal de 29% para 19% e nos partidos políticos de 7% para 5%.
Ministério Público (45%) e Congresso Nacional (15%) ficaram estáveis.
Aumentou a credibilidade nas Forças Armadas (de 64% para 68%), na Igreja
Católica (de 54% para 57%), nas emissoras de TV (de 31% para 34%) e na polícia
(de 30% para 33%).
Ou seja, o núcleo duro e repressivo do Estado e nos aparelhos da ideologia
dominante mais poderosos andam ganhando moral. A exceção é o Judiciário, que não
vem conseguindo disfarçar sua condição de antro conservador.
Enquanto isso, cargo eletivos, como os dos governos, ou forças que deveriam
estar mais sujeitos à influência popular, como os partidos, afundam em sua
insignificância estrutural. Reduzidas cada vez mais à condição de alas de um
Estado cada vez mais parecido ao que Marx caracterizou como comitê de
administração dos negócios da burguesia.
Para agravar, o 5º Congresso do PT aprovou resoluções totalmente rendidas a esta situação. Como lembraram alguns, foi a primeira vez que o
partido traiu promessas que já eram, em si mesmas, vergonhosamente feitas sob
encomenda para se manter no governo.
Há petistas que pensam estar apenas mirando o abismo, mas já o estão habitando.
Leia também: Os partidos como máquinas burocráticas
despolitizadas
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