Em seu livro “The People's Republic of Walmart”, Leigh Phillips e Michael Rozworski demonstram que praticamente todos os grandes monopólios capitalistas adotam a planificação econômica em seu modo de organização. Algo parecido com o que faziam os soviéticos, por exemplo.
Mas uma grande corporação tentou fazer diferente. Entre 2010 e 2017, quase 2.300 lojas da Sears fecharam. O motivo? A desastrosa decisão do presidente da varejista de desagregar suas divisões em unidades concorrentes, criando um mercado interno.
A ideia era usar a Sears como uma grande experiência para mostrar que a “mão invisível” da livre concorrência superaria o planejamento central típico de qualquer empresa. O problema é que as diferentes unidades caíram em uma selvagem competição entre si, pouco se importando com a empresa como um todo.
O fato é que mesmo os mais fervorosos defensores do mercado livre preferem o planejamento à liberdade de mercado quando se trata da gestão de grandes corporações privadas. Mas trata-se de um planejamento autoritário. Tudo é definido rigidamente nas organizações capitalistas, desde a distribuição do dinheiro entre os departamentos até o tempo exato necessário para montar um hambúrguer. E em todos os casos, o planejamento determina qual trabalhador individual fará qual tarefa, quando, onde e como.
Os enormes lucros dessas empresas mostram que o planejamento econômico também pode funcionar para a sociedade como um todo, desde que voltado para o bem comum, aproveitando os avanços da cibernética e com os meios de produção sob controle dos trabalhadores.
O planejamento estatal é incompatível com o capitalismo, não com a administração socializada das necessidades, capacidades e potencialidades da sociedade humana.
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Nossa, tinha esquecido da Sears. Era uma loja de departamentos como Zara, Pernambucanas e outras? E o Mappin, faliu por quê? E as empresas que praticam a "livre concorrência" entre elas, tipo Pão de Açúcar (acho que é) e as franshisings?
ResponderExcluirEmpresas praticam concorrência entre si, claro. Esta é a regra. A exceção, segundo os autores do livro, foi a Sears promovendo isso em seu interior. O Pão de Açúcar promove concorrência desse modo também?
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