Difícil discordar. Não faltam exemplos de ligações sanguíneas sangradas por conflitos envolvendo dinheiro. Mesmo entre as famílias mais pobres, em que direitos envolvendo gordas heranças inexistem.
Essa situação chegou ao mundo das altas finanças de
outra forma. É o que diz “Mutação econômica e da ‘força de trabalho’ do capital
financeiro”, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Globalização
Transnacional e da Cultura do Capitalismo (NIEG). Segundo o artigo:
Até os anos 1970 – num forte reflexo das
oligarquias, que existem antes mesmo do capitalismo – famílias ricas e
influentes que dominavam a economia de determinando lugar, arranjam entre si
casamentos, de forma a fortalecerem seu poder e dar continuidade à manutenção
do poder dentre poucas famílias.
Desde então, as coisas mudaram, diz o texto. Em
relação aos novos executivos:
Já não importa mais se o jovem é o primogênito de
uma longa linhagem de grandes nomes da economia, ou graduou-se nas melhores
universidades dos Estados Unidos, o que vai estabelecer quem fica são as
capacidades instintivas e destemidas de visualizar uma boa oportunidade, e
arriscar, investir, não deixar passar uma excelente oportunidade para acumular
dinheiro.
É como se a organização baseada em pesados clãs
fosse substituída por uma espécie de seleção natural. Jovens predadores no
comando de corporações disputam uma feroz guerra na selva dos negócios. O
resultado tem sido desastroso, como prova a crise sem fim, iniciada em 2008.
Por outro lado, tudo isso pode ajudar a buscar
outras formas de sociabilidade. Nem o opressor peso da família tradicional, nem
a cruel competição por dinheiro e prestígio. Quem sabe, relações baseadas em
escolhas tão conscientes como afetivas. Algo como namoro e amizade.
Leia também: Sua família dá lucro?
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