É
assim: há uns 12 mil anos, a raça humana vem lutando com as leis da
natureza. Até uns dois séculos atrás, apanhávamos feio. Desde
então, começamos a revidar. Depois, conseguimos equilibrar o
combate. Agora, demos a volta por cima e estamos batendo.
Nosso
mais recente grande golpe foi uma pirueta sobre a evolução natural.
Já não somos vítimas dela e de suas mutações milenares. Depois
da cambalhota, somos nós que determinamos mutações. Das que
acontecem em nível genético até as mais graúdas.
É
o caso das próteses. Já podemos, por exemplo, escolher mutilar
braços e pernas. Substituí-los por extensões bem mais eficientes.
Começou pelo esporte, mas por que não usá-las em soldados e outros
“profissionais especializados”?
A
mais ambiciosa das próteses é o computador pessoal. Tentativa frustrada de
imitar a mente humana. Apesar disso, conseguimos rebaixar nossa
inteligência o bastante para nos tornar dependentes de sua burrice.
A
esta fase da luta, alguns chamam de Antropoceno. A era geológica em
que humanidade domina o planeta todo. Mas a fase decisiva é a
capitalista. Foi aí que passamos a derrotar nosso adversário. Nós
o prendemos numa chave de pernas fatal.
O
problema é que ainda não nos demos conta de quem é a vítima de
nossas pancadas. Não é o planeta, seu clima, sua fauna e flora.
Aquela que sufoca entre nossas pernas é nossa própria espécie.
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