Esclarecedora e muito triste a
entrevista que Altair Sales Barbosa deu ao Jornal Opção. Publicada em 16/10,
seu título é categórico: “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e
dos reservatórios de água”.
A responsabilidade por essa tragédia ambiental, diz
Barbosa, é do agronegócio, que, desde os anos 1970, vem substituindo a
vegetação original por pasto ou monoculturas como soja e algodão.
O mais grave é que esse tipo
de plantio é incapaz de filtrar e conduzir as águas das chuvas para os aquíferos
subterrâneos. As grandes bacias hidrográficas “brotam do Cerrado”, diz Barbosa.
Se este bioma sofre degradação, não há rios para alimentar o São Francisco, por
exemplo. Mas há, no mínimo, dez afluentes de outros grandes rios desaparecendo
todos os anos, adverte. O resultado é a seca que se espalha pelo território nacional.
Enquanto o agronegócio desidrata
o País para obter seus enormes lucros, o hidronegócio faz o mesmo, transformando água em
mercadoria. Esta é uma das principais causas da seca em São Paulo. É o que afirma
a reportagem “O jorro do hidronegócio” de Sérgio Augusto, publicada no Estadão,
em 12/10.
A matéria cita a investigação
feita pelo promotor público Rodrigo Sanches Garcia sobre o caso. Segundo ele, a
Sabesp captou mais água que o autorizado para não prejudicar o valor embolsado
por seus acionistas. Ou seja, diz a matéria, a empresa paulista “tratou a água
como ‘um negócio’, não como um bem coletivo”.
Agronegócio e hidronegócio estão
produzindo uma enorme tragédia humana. E, nas atuais eleições, adivinhem de que
lado eles estão? Dos dois.
Não deixe de ler a entrevista de Altair Sales Barbosa
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