A Justiça da Argentina acaba
de condenar à prisão perpétua 15 agentes da ditadura militar que governou o
país entre 1976 e 1983. Neste período, eles cometeram crimes como tortura,
assassinato e sumiço de opositores ao regime.
No Brasil, os trabalhos da
Comissão Nacional da Verdade merecem todo o respeito. Mas muito dificilmente
resultarão em verdadeira justiça. Continuaremos a ver os carrascos da ditadura
militar desfilarem seu fascismo pelas ruas e na imprensa. Tudo sob a proteção da
cúpula das Forças Armadas nomeada por uma de suas vítimas. Certamente, morrerão
no conforto de seus lares.
Diante disso, só nos restaria
fazer justiça com as próprias mãos.
Como somos contra execuções sumárias
mesmo nestes casos, podemos apelar para algo parecido com que os anarquistas fizeram
durante a Guerra Civil Espanhola. Dizem que eles desenterravam fascistas que
haviam morrido antes de serem alcançados pela justiça revolucionária. Os
defuntos eram colocados contra um paredão para passar pelo fuzilamento que
ficaram devendo à História.
Infelizmente, o número de
anarquistas é bem menor em terras brasileiras atualmente. Por isso, todos os
outros lutadores socialistas que realmente se importam com o valor sagrado da
justiça teriam que ajudar. Seria preciso localizar as tumbas e certificar-se de
que se trata dos cadáveres corretos. A exumação também seria trabalhosa. Mas
para o fuzilamento precisaríamos fazer sorteios para ver que felizardos passariam
fogo nas carcaças.
Não faria muita diferença para
os que caíram sob as patas dessas bestas. Mas, pelo menos, teríamos Dias de
Finados mais descontraídos.
As pílulas terão suas doses
suspensas até final de novembro.
Que curiosa e estranha sua ausência com esta última pílula, ou pérola. Talvez uma grande metáfora do mundo seria liquidarmos nossos defuntos assim. Um misto de impossibilidade e desejo passou na minha cabeça. Muito bom!
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