Causaram justa indignação as declarações feitas por Levy
Fidelix, candidato à Presidência da República nas próximas eleições. Em debate
realizado em 29/09, ele atacou os homossexuais com afirmações do tipo “duas
pessoas iguais não fazem filho” e “aparelho excretor não reproduz”.
Mas, como ele, muita gente acha que as relações homoeróticas
desafiariam a “normalidade” das relações sexuais ao não permitir a reprodução
da espécie. São concepções que ignoram o fato de que a sexualidade humana vai muito
além de suas funções reprodutivas.
É por isso, por exemplo, que não somos escravos dos
períodos de cio, como outros animais. Do contrário, o ato sexual seria apenas a
execução de um programa de algoritmos genéticos. As relações entre atração, paixão
e amor não seriam tão fascinantes e misteriosas. Por consequência, estaríamos privados
de uma enorme fonte de inspiração para muitas das mais belas obras da arte
humana.
Sem falar, claro, em horóscopos com somente três
signos e nossos aniversários amontoados em apenas alguns meses do ano. Uma chatice...
Por outro lado, nem mesmo entre os animais, a infeliz
ideia expressada por Fidelix é regra geral. É o caso dos macacos bonobos, cuja
sexualidade tem na reprodução da espécie apenas uma de suas funções. A vida
erótica deles inclui relações entre indivíduos de mesmo sexo, masturbação, diversidade
de posições, brincadeiras, disputas pelo poder etc.
Ou seja, Fidelix e muitos outros que compartilham
de seus preconceitos teriam muito que aprender com os bonobos. Mas dificilmente,
os divertidos primatas aceitariam alunos tão estúpidos.
Leia também: Que
animal deve nos educar?
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