“Meritocracia” vem do grego e
define o governo pelos que merecem exercê-lo. Ou seja, devem reinar os que
são nobres por suas virtudes, não pelo sangue de sua família.
Um dos primeiros pensadores a
defender esta ideia foi Confúcio, no século 6 Antes de Cristo. Pouco depois
dele, Platão e Aristóteles.
Mas a hereditariedade nos governos
resistiu até o século 19, mesmo após muito sangue azul ter sido derramado por várias
revoluções.
Hoje, ninguém questiona a
ideia de que o poder deve ficar com os que fizeram por merecê-lo. Herdar cargos
públicos, por exemplo, está fora de cogitação.
O mesmo vale para o acesso a bens
e riqueza. Estes devem ser desfrutados por quem superou obstáculos, aperfeiçoou-se,
mostrou talento e determinação.
O problema é que na competição
capitalista, os bem-nascidos continuam a ser os grandes beneficiados.
Nascer em uma família e classe
social capazes de oferecer os valores e a estrutura adequados à selvagem competição
capitalista faz muita diferença.
Como o capitalismo tem uma forte
vocação para a desigualdade social, é cada vez maior o número de “derrotados”, mesmo
entre os que nasceram em berço de ouro.
É por isso que desde meados
do século 20, as teorias políticas defendem programas públicos compensatórios: cotas
raciais, subsídios sociais, renda mínima etc. Políticas recomendadas por instituições nem um pouco socialistas, como o Banco Mundial.
Nas últimas eleições, alguns
setores sociais derrotados nas urnas consideraram a existência desses programas
uma ofensa à justa disputa dada pelo mercado. Estão sepultados no século 19, sob o risco de ressuscitarem na Antiguidade. São uma espécie de “bem-morridos”.
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Informe esclarecedor,gratidão...
ResponderExcluirque ótima esta pílula! Só agora li...
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