O número de homicídios no País, em três
semanas, supera a quantidade de pessoas mortas em todos os ataques terroristas
no mundo nos cinco primeiros meses de 2017.
A comparação é de Samira Bueno, diretora do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, referindo-se a dados do recém-lançado “Atlas
da Violência”.
Samira também observa “que o
crescimento econômico e a redução da desigualdade” das últimas décadas não se traduziram
em índices melhores. Segundo ela, “crescimento econômico sozinho”, não basta.
O sociólogo Marcos Rolim acaba de publicar “A Formação de
Jovens Violentos”. O livro apresenta um estudo feito junto a jovens violentos
de 16 a 20 anos da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul.
O levantamento aponta dois grandes fatores para o
comportamento desses jovens: a evasão escolar e o "treinamento
violento". Ou seja, a convivência com armas e conflitos policiais.
Por fim, na reportagem “Aulas em meio à guerra no Rio”, publicada
pelo El País em 18/06, María Martín relata:
Renan, de 13 anos, não consegue
enumerar mais de três países sem travar – “Brasil, humm... Argentina, México,
ah...” –, mas diz de cabeça nove tipos de armas: “Snipe, AK-47, 7.65, AR-15,
Bazuca, calibre .50, calibre 12, Glock, giratória...”. Na classe ao lado,
Guilherme, de 14 anos, também é capaz de imitar o som dos tiros: a rajada
espaçada do AK-47, o eco seco da pistola e o estrondo de um lança-granadas. “É
o que escutamos todos os dias”...
Mas essa realidade vale principalmente para os mais pobres.
São eles as maiores vítimas desse nosso terrorismo cotidiano, capaz de causar inveja
aos piores fanáticos.
Leia também: Infância (e adolescência) dos Mortos
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