Vem chamando a atenção o grande número de notícias relacionadas à saúde, bem estar, alimentação saudável, medicina, exercícios físicos, hábitos saudáveis e temas semelhantes publicadas em jornais, revistas, sites e portais virtuais.
Também não faltam as inevitáveis matérias sobre reajustes abusivos nas mensalidades de planos de saúde. Ou ainda, sobre o cruel cancelamento da cobertura para pessoas cujas patologias comprometem a manutenção dos altos lucros das operadoras.
Além disso, em 2023, um estudo constatou um verdadeiro boom de criação de aplicativos de cuidados com a saúde no Brasil. De acordo com os dados, são 545 empresas oferecendo soluções como monitoramento de doenças e prontuários online.
Tudo isso não passa de mais um sintoma da patologia mental e cultural que atinge grande parte da população mundial há algumas décadas. Trata-se da enfermidade ideológica chamada neoliberalismo, que transfere aos indivíduos cuidados que deveriam estar a cargo da rede pública de prevenção e assistência à saúde.
No Brasil, a elevada carga tributária sobre o consumo penaliza os mais pobres. Mas esses recursos não retornam à população na forma de atendimento digno. No lugar disso, cada um e cada uma que se vire para se manter saudável. Estamos nos tornando empreendedores da própria saúde, ameaçando esgotar nossa sanidade por meio de múltiplas falências.
Pergunte à grande maioria pobre da população quantas horas de seu dia de trabalho exaustivo e mal pago ou quanto de seu curto orçamento são dedicados a exercícios, autocuidados e práticas terapêuticas. A resposta nada surpreendente certamente seria algo próximo de zero.
O neoliberalismo não é apenas um modelo econômico. É também e, principalmente, lavagem cerebral.
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Eu lembrei de um prática de algumas pessoas que se automedicavam. Isso, através de um trabalho de conscientização foi diminuindo e não sei como anda hoje. Quer dizer que agora voltou? E ainda por cima virou negócio? Benza-te Deus. A frase anterior me veio a cabeça como perplexidade que também antigamente usávamos. Mas acho que serve literalmente, nos benzamos a nós mesmos para nos salvar.
ResponderExcluirAcho que a automedicação continua, mas agora também têm os cuidados físicos e mentais por conta própria, mas por meio de todo um ramo de negócios que vai dos empreendedores individuais que se dedicam a treinamentos, como os personal trainers, às grandes academias, sendo que estas também empregam pouco e usam muita força de trabalho precarizada.
ExcluirMelhor tomar essas pílulas diárias aqui: dão um alento e clareza aos fatos cotidiano, históricos, políticos. A ideia principal parece ser essa. Uma roda de samba, qualquer caloria e exercícios de fortalecimento coletivo também!
ResponderExcluirOpa! É isso aí. Obrigado
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