Na semana passada, o Congresso americano anunciou que a dívida pública dos Estados Unidos deve fechar 2024 em 99% do PIB. O que significa um montante de US$ 34 trilhões. Imensa dívida que o Tesouro Americano rola, imprimindo dólares.
Mas, muito diferente do que acontece aqui e em muitos outros países, ninguém liga muito pra isso. Essa é a diferença entre quem manda na economia mundial e quem sofre as consequências de seus desmandos. Especialmente, os países periféricos e dependentes.
No Brasil, o aumento da dívida é pretexto para asfixiar investimentos em programas sociais e de geração de emprego e renda. Nos Estados Unidos acontece algo semelhante, mas o governo tem meios de transferir os problemas de sua economia interna para o resto do mundo.
O dólar como moeda do comércio internacional foi imposto pelo imperialismo ianque desde o início dos anos 1970. Desse modo, o Tesouro Americano passou a decidir quando e em que quantidade imprimir dinheiro e as outras economias que se virem para acompanhar.
Em economias de mercado, mais dinheiro em circulação costuma provocar elevação de preços. Mas quando os Estados Unidos imprimem dólares, inflam os preços indexados na moeda utilizada em grande parte das transações internacionais. Desse modo, exportam sua inflação para o resto do planeta.
Tudo isso mostra que a dura batalha entre os bancos centrais, sequestrados pelos financistas, e governos que tentam priorizar investimentos públicos também tem esse importante elemento. Um componente que torna qualquer projeto de emancipação nacional e progresso social uma luta internacionalista e anti-imperialista. Por consequência, anticapitalista.
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Interessante
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